segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Capítulo 2 - Foi só um sonho.

           Jorge passara dias, noites e semanas procurando a Pedra na Floresta Proibida, encontrou muitas coisas curiosas, encontrou varinhas perdidas, encontrou capas, corpos, sangue.. Além de muitas outras coisas que apeteceriam Xeno Lovegood e sua filha. Todas as noites pensava no dia que ocorrera a batalha, e triste, deitado na floresta chorava pensando no seu amigo, melhor amigo, irmão, Fred. Chegou a dormir na Floresta e ser acordado por Centauros, Unicórnios, até viu Hagrid alimentar Bicuço (que fora achado e voltara para a companhinha do amigo) muitas vezes pensou em fazer uma visita ao guarda-caças, mas ele faria milhares de questões sobre a visita de Jorge, era melhor não. Lembrou-se das vezes que com o irmão, visitara a Floresta e muitas vezes correu perigo de morte, sorria sozinho, pensando em tudo que tinha passado, e que jamais seria apagado, pois seu irmão iria voltar, ele tinha certeza.
            E quando pensava nessa possibilidade, ia correndo pela Floresta, gritando feitiços convocátorios, procurava em todo canto, tudo pelo seu irmão. E gritava “ESTOU INDO FRED, ME ESPERE.”. Por muitas vezes teve vontade de esquecer a ideia de Fred voltar, estava difícil procurar, a fome, o frio (estavam no inverno) e as criaturas bizarras que apareciam lá. Mas ora, de que valia sua vida se não fosse ao lado de seu irmão?
             Era o seu 8° dia de busca na Floresta, 7:47 da noite, quando descalço sentiu uma coisa perfurar o seu pé e sentiu uma dor ao ponto de berrar. Ele foi mancando até o galho de árvore mais próximo e olhou para o seu pé, havia um pedaço dentro, ele puxou e foi sentido uma dor, um desconforto, até que conseguiu tirar o objeto do seu pé, esperava tanto, mais tanto que fosse a pedra, o objeto qual procurava há semanas... Não, não podia ser... Mas, sim! Era a Pedra, ele não acreditou, por um momento esqueceu que havia cortado o pé e pulou de alegria, caindo no chão novamente, rindo da sua própria cara.
- Ok, agora como vou usar isto? – Pensou ele em voz alta.
- Ah sabe, é muito simples, você aperta e pensa apenas em quem você queria que estivesse do seu lado agora. – Ele olhou para o lado. Espera. O que um espelho fazia no meio da Floresta proibida?
- Ah meu Deus! Fred! – Correu para dar um abraço no irmão, e passou direto, assim como os fantasmas de Hogwarts. Sentiu um aperto no coração, ele queria mais do que tudo no mundo abraçar o seu irmão e jamais soltá-lo, daria a sua vida por ele, não o deixaria morrer de novo, mas ele precisava voltar!
- Você não pode me abraçar, eu sou apenas um fantasma, uma ilusão, Jorginho.
- Tudo bem, como eu faço para você ser carne e osso novamente? – Disse ele com sorriso de orelha a orelha, ou orelha a onde deveria ser uma orelha.
- A pedra não pode fazer isso.
- Mas como? É a Pedra da Ressureição, não?
- Sim. Mas veja bem, você não é o senhor da morte, digo, você não tem a Varinha das Varinhas ou a Capa, e olhe só, você só tem meia pedra.
- Então? ...
- Esqueça, irmão. Eu não posso voltar agora. Estou em uma longa viagem, um dia você virá, você vai fazer as suas malas, e de repente você estará aqui do meu lado. Nunca mais poderei encontrar você, mas você, pode me encontrar de dois jeitos. Um deles é.. Ah, mamãe está chamando você para o jantar, lembra do prometido? Ás 8:30 em casa. Nos vemos, Jorginho. Eu amo você, meu irmão.
- Mas espera.. FRED! – Ele tinha desaparecido, como fumaça, tinha ido embora. Jorge estava feliz e atordoado ao mesmo tempo, uma viagem? Longa viagem? Então seria isso? O irmão estava apenas em uma viagem, e ele esperaria. Amanhã abriria a loja novamente. – Eu amo você também.
                                                                   ooo
- Mamãe, cheguei.
- Achava que não viria, o que aconteceu? Está sujo. Vá já tomar um banho.
- Eu estava ajeitando uns negócios da Gemialidades, vou abri-lá novamente amanhã, mamãe. E não me diga que não devo fazer isso, eu não tenho mais duas orelhas para entrar por uma e sair por outra. Fui. – Apesar de ter sido quase um sussuro Jorge ouviu a mãe dizer “como é bom ver meu filho sorrindo.”.
                     Naquela noite, Jorge jantou e ficou satisfeito, tomou um belo banho, penteou os cabelos, vestiu um terno, dormiu bem depois de duas semanas. Ao amanhecer, foi ao Beco Diagonal, que já voltava a funcionar novamente, era bom ver as pessoas felizes, pois ele estava também. Limpou a loja com a ajuda da mãe, que lhe ensinou alguns feitiços domésticos, consertou tudo e pôs novamente todos os logros na loja. Por fim, ligou o boneco na frente da loja, que se mechia tirando o chapéu como um cumprimento.  A loja teve apenas três clientes, o que o deixou meio pra baixo, e ainda mais pois eles chegavam e exclamavam “Como está a família após a perda do irmão?” ele ia dizer que tinha apenas partido em uma viagem, mas simplesmente os ignorou. Ele tinha esperanças de que em três dias as vendas aumentassem, pois as aulas iam começar.
                     Um dia depois foram a casa de Neville Longbottom comemorar seu aniversário, Jorge continuava feliz. No dia seguinte comemoraram o aniversário de Harry, foi bem animado, e Jorge chamou Harry a um canto e disse:
- Aqui Harry, este é o seu presente. – Uma caixa com todos os logros da Gemialidades Weasley.
- O que é isso Jorge?
- Todos os logros. Abri a loja novamente. Espero que os use no seu último ano em Hogwarts, digo, você vai pra Hogwarts fazer o seu último ano já que não fez ano passado não é?
- Sim, claro. Eu, Ron e Mione. Muito obrigado Jorge.
- Não, obrigado a você Harry.
- Pelo que? – Jorge corou, não podia contar que o irmão estava em uma viagem, todos iriam ficar bravos com ele por pensar que ele tinha morrido.
- Só, obrigado Harry. Agora vá, estão sentindo a sua falta na festa. – Harry voltou sem entender. Ele nem entendia porque tinha ganhado aquele presente. Simplesmente ignorou.
                                                                                 Ooo
                           Jorge estava deitado quando tirou do bolso o seu bem mais precioso. A Pedra da Ressurreição. Ele a apertou com toda força que sua mão ficou vermelha e disse “Fred apareça. Preciso de você.”. E Fred estava encostado na parede.
- Irmão!
-  Que bom que me chamou, Jorge. Eu me expressei mal, você nunca poderá me ter de volta, nunca. Você só me econtrará quando você morrer. Irmão, eu já chorei muito por isso, eu não quero ficar longe de você, mas é preciso!
- Eu morro por você, então.
- NÃO! Eu quero ver você casado, mas só se for com uma veela. – Ele riu. – Eu quero que tenha filhos gêmeos e que eles sejam assim, como nós! Quero que peça o Mapa do Maroto de volta ao Harry, para que nossos filhos possam aprontar em Hogwarts. – Ele fez uma pausa. – Não, melhor eles não precisarão disto, eles serão como nós, mas bem melhores. Eles terão uma loja de logros também, nem peça que eles estudem muito, isso não é necessário. – Jorge estava chorando, de joelhos, tentando abraçar o irmão. – Não chore Jorginho, por favor. Não voltarei mais quando me chamar pela pedra, você vai sofrer mais.
- Não, eu sofro por você! Mas não deixe de aparecer. – Ao terminar a frase já não via mais o irmão, ou o fantasma do irmão. De repente a porta se abriu, era Ron.
- Com quem está falando, Jorge?
- O que? – Ele estava tentando fingir que tinha sido apenas um sonho.
- Cara, depois me chama de sonambulo! Volte a dormir cara, e pare com essa gritaria, minha namorada precisa descansar sua beleza. – Rony sorriu e piscou. – Espere, você está chorando?! – Jorge caiu no chão e fingiu ter dormido.
- Eu hein, fala sério. – Rony saiu resmungando pelo corredor. – Sonambulo? Só o Ronald, tudo é o Ronald. Ainda fala dormindo, eu falar dormindo? Isso eu não faço mesmo!  

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