terça-feira, 2 de agosto de 2011

Capítulo 3 - É o que veremos.

Três dias haviam se passado e Jorge estava inconsolável. Ele não podia entender porque o irmão fizera aquilo, ele só iria sofrer mais, sem poder ver nem o fantasma do irmão. Ele finalmente entendia. Ele entendia que Fred havia morrido há um mês atrás, ele finalmente entendia o que tinha acontecido, ele nunca mais veria o seu irmão, ele nunca mais o abraçaria, nunca mais faria piadas com ele, nunca mais trabalharia com ele. Será que ele deveria deixar a loja aberta? Não era mais uma Gemialidades. Restava apenas um gêmeo, que talvez nem fosse mais gêmeo por conta da morte do irmão. Mas, talvez Fred quisesse que ele mantivesse a loja, e fizesse sucesso e poderia dizer a todos “Meu irmão gêmeo morreu lutando bravamente. Eu me orgulho disto.”
                             Jorge se sentia como se tivesse ganhado um beijo de dementador. Parecia que sua alma havia sido sugada, comia apenas o necessário para sobreviver, usava roupas velhas, cheirava as roupas que o irmão usava, olhava fotos, e chorava, chorava, chorava até pegar no sono. Acordava sem saber o porque de sua existência, um pedaço enorme seu havia sido retirado, naquela noite, quando viu o seu irmão deitado, pálido e imóvel no salão de Hogwarts. Não havia um dia em que ele não se perguntasse: Porque com ele? Porque não comigo? Já sou mouco de uma orelha, eu poderia ter ido, faria menos falta!
                             Certo dia, andando aos arredores de Hogwarts – escondido. – Encontra uma menina de aparência muito familiar, ela se aproxima dele, e parece estar o vendo, ela chega mais perto e... Jorge sentia o impacto de seu corpo caindo ao chão com algo em cima dele, Angelina Johnson.
- Jorge! Que saudades. Não esperava ver você aqui, o que faz aqui?
- Por favor.. Sa.. saia de cima de mim! – Ela se levantou e limpou suas roupas, e Jorge falou.
- Tenho vindo andar por aqui perto, vou para o Beco Diagonal onde fica a loja e venho andar por aqui, para relembrar os velhos tempos. E você, o que faz aqui?
- É o primeiro ano do meu irmãozinho em Hogwarts. Ele é nervoso demais sabe? Sente muitas saudades de casa e eu tenho vindo visitá-lo com a permissão da prof. McGonagall.
- Hm..
- Então, bom te ver, ótimo te ver! – Ela deu mais um abraço apertado em Jorge, esmagando suas costelas, agora vísiveis pela falta de alimentação. – Espero te encontrar mais vezes por aqui. – Ela saiu andando e de súbito Jorge gritou:
- ANGELINA! ANGELINA!
- Oi?
- Você quer tomar um uísque de fogo comigo?
- Eu adoraria.
                     Os dois foram caminhando até Hogsmeade, rindo, se lembrando dos velhos tempos em Hogwarts, e claro, de Fred. O que deixava Jorge um tanto quanto deprimido, Angelina ao perceber a situação do velho amigo ficou com ele no bar durante quatro horas. Os dois cantarolavam músicas, falavam de quadribol, de matérias, professores, do ministério, piadas, de tudo. Por um momento Jorge esqueceu completamente quem era, e quem havia perdido. Os dois saíram do bar abraçados cambaleando e cantando canções d’As Esquisitonas, quando sentaram e segurando a barriga de tanto rir, os dois se olharam, e se beijaram.  Eles passaram horas abraçados, quando foram acordados, já era outro dia, Jorge não tinha aparecido em casa, sua mãe iria matá-lo, apesar de que ele não dava a mínima para isso. 
- Angelina? Angelina, acorde. Já amanheceu, dormimos aqui.
- O que? Não acredito! Preciso ir pra casa. – Ela deu-lhe um beijo na bochecha e aparatou.
- Tchau, então.
                                                                           Ooo
                       Jorge resolveu tomar um banho para não aparecer em casa do jeito que estava, então conseguiu um jeito de entrar em Hogwarts e foi para o banheiro das meninas, onde Gina tinha sido levada para a Câmara Secreta, estava tomando banho pela torneira, pois no banheiro não havia chuveiro, de repente Murta-Que-Geme apareceu:
- AAAAAAAAAAAAAAH, SOCORRO, MENINO NO BANHEIRO DAS MENINAS, WEASLEY! – ela gritava olhando diretamente para Jorge.
- Murta! Silêncio! Eu não posso ser visto aqui, por favor. – Murta continuou a gritar.  – Pare! O que eu faço para que você pare?
- Hmm.. hihi.. Me fale mais sobre a tal guerra em Hogwarts. Eu não pude ver, estava com medo. Foi grande não é? A escola teve que ser totalmente reconstruída e alguns cantos ainda estão detonados, é.
- Vejo que está bastante informada. Não precisa de mim.
- SOCORRO!  Me.. – Ela foi interrompida.
- Ok, eu falo. O que você quer saber?
- Onde está Tom? Ou como todos o chamam, Você-sabe-quem.
- Não precisa mais chamá-lo assim. Ele está morto. Harry Potter o matou.
- Harry Potter, o magrelo e ocludo, Harry Potter? Ele matou Voldemort?
- É. O menino que sobreviveu matou Voldemort. Posso dizer que foi épico.
- Ele sempre gostou de um pouco de aventura, não? Sempre em apuros, esse Harry Potter. E quanto aos outros comensais?
- Bem, notícias de sobreviventes sabemos apenas dos Malfoy, que estão em casa, menos Lúcio, foi preso. Está em Azkaban, mas papai acha que provavelmente irá sair, ele é muito influente no ministério. Os outros fugiram, outro país, mudaram o nome, quanto ao resto, morreram. Eu matei alguns.
- Sim, sei. Você é Jorge Weasley não?
- Eu sou Fred.
- Oh, sim.
- É brincadeira, eu sou Jorge mesmo. – Jorge lembrou-se de quantas milhares de vezes ele e o irmão fizeram esta brincadeira, quantas vezes enganaram a mãe, e tantas outras pessoas.
- Onde ele está? Seu irmão?
- Ele está morto. – Jorge baixou a cabeça vestindo sua blusa.
- Sinto muito. Como aconteceu?
- Ele e meu irmão Percy lutavam contra Pio Ticknesse, uma parede explodiu e.. – As lágrimas escorriam pelo seu rosto, saiam do seu olho involutariamente, por mais que não quisesse chorar, era impossível lembrar do irmão, de como morreu e não chorar. – Uma pedra.... Uma pedra o acertou a cabeça. – Os dois ficaram em silêncio, Jorge estava sentado em cima da pia quando os dois ouviram passos e ele pulou e se escondeu.
- Murta? O que está acontecendo aqui? – Era Hermione. Monitora da Grifinória acompanhada de Gina Weasley.
- Nada. – Murta mentiu.
- Mas como? Ouvimos você gritar e..
- É. Estou treinando o grito, para quando vierem novamente aqui no banheiro e derem descarga em mim, jogarem livros em mim – ela falava olhando nos olhos de Gina, quando disse a palavra “livro” – ou então quando vierem com seus amigos aqui e se transformarem em outras pessoas – agora falava para Hermione. – Por que a Murta deve estar em perigo? Por que só a Murta? A pobre coitada, que morreu, quando a Câmara foi aberta, não? – Murta tinha uma voz chorosa, fingida. – Fantasma em perigo? Só pode ser Murta, corram, ajudem a Murta, a coitadinha do banheiro, que vive chorando, reclamando da vida e.. – Hermione e Gina tinham saído de fininho enquanto Murta resmungava de sua vida. Jorge abafou uma risadinha e saiu de seu esconderijo.
- Belo truque. Eu teria feito o mesmo. – Ele riu.
- Há há. Muito engraçado.
- Estou indo Murta, obrigado por dividir o banheiro comigo. – Mais uma vez as memórias invadiam a mente de Jorge, ele lembrava de tudo que tinha feito com seu irmão, mas ele tinha que ir para casa, então tratou de dizer um tchau e se foi. – A gente se vê.
                                   Jorge saiu andando em direção a Floresta Proibida, onde tinha deixado sua bolsa antes de encontrar Angelina Johnson, ficar bêbado, beijá-la e dormir por uma noite inteira com ela em seus braços. Dava para acreditar? A ex de Fred, dormindo abraçada com Jorge, o beijando. Ele parou e se escondeu atrás de uma árvore ao ver Harry, Rony, Gina e Rony andando até a casa de Hagrid.
- Como soube que ele voltou Mione? – Harry perguntou.
- Eu sei de tudo. – Eles riram. – Os casais soltaram as mãos e os três amigos abraçaram Hagrid como no segundo ano, o abraçaram tão forte que o grandalhão estava com lágrimas nos olhos. – Ah não Hagrid! Já? – Rony brincou.
- Quanto a você Gina, não vem me dar um abraço? – Ele perguntou . Gina sorriu e foi até seu encontro para abraçá-lo. Eles entraram na casa de Hagrid e Jorge saiu correndo para que chegasse até a Floresta. Parou e ouviu a conversa  dos cinco. – Então? Boas férias? – Ah sabe como as coisas ainda estão lá por casa. Jorge ainda anda meio deprimido, Percy chora as vezes lembrando da cena do seu irmão morrendo ao seu lado.. Mas, tudo vai ficar bem. – O “gêmeo mouco” rastejou até chegar na Floresta, pegou sua bolsa e aparatou até sua casa. Foi recebido por Fleur:
- Oh Jorrrgi, sua man estava esperrrando porrr você.. Onde andou?
- Resolvendo alguns assuntos. Onde ela está?
- Arrrumando o quarto de Rón
- Obrigado, Fleur. – Jorge foi até o quarto de Rony e lá encontrou a mãe limpando as vidraças. – Oi mãe, cheguei.
- Vai ser assim Jorge? Você vai sair de casa, vai beber, vai passar dias fora e vai chegar em casa e simplesmente me dizer um “cheguei”? – Ela dizia com toda calma do mundo, nem parecia a sra. Weasley.
- Eu sou maior de idade.
- Mas ainda mora comigo. Tenho toda autoridade sobre você. Será possível Jorge, que vou ter de tratá-lo como um menino de dez anos?
- Não é necessário. Sei me cuidar e tenho o meu próprio dinheiro.
- Sabe se cuidar? Bebe e dorme em um banco de Hogsmeade? O que pensa que está fazendo Jorge Weasley? Acha que a vida é brincadeira, só porque Voldemort está morto?
- Não acho que seja brincadeira. Só não preciso ficar em casa vinte e quatro horas.
- E não precisa dormir em um banco. Tem uma cama para isso.
- Como você s..
- Madame Rosmerta. Viu você e uma menina dormindo em um banco e me ligou para avisar. Jorge, não sei se posso confiar com você saindo de casa novamente..
- Você não pode me prender aqui dentro, mamãe. Sabe que não.
- É o que veremos. 
- O que vai fazer? – Ele perguntou, mas a mãe saiu do quarto ignorando a sua pergunta.






                                                  

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