quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Capítulo 5 - Precisamos conversar.


 Eram 3:25 da tarde Jorge aparatou em Hogsmeade e saiu correndo procurando Angelina por todos os lugares, ela estava sentada em um banco tomando cerveja amanteigada, ele entrou de fininho andou atrás dela virou seu rosto e a beijou. Foi como se estivesse andando até o paraíso e voltado quando ela o forçou a largá-la.
- Onde estava? São 3:25 e eu estou aqui te esperando. Não podia mandar uma coruja pra me avisar Jorge?
- Desculpa, olha minha mãe descobriu que ia ser avó e nós acabamos ficando, essas coisas de família..
- Não minta pra mim.
- Não estou ment.. – Angelina o abraçou e o beijou como nunca tinha feito antes, ele pela primeira vez sentiu que a garota gostava dele como ele gostava dela, e os dois saíram para andar, eles estavam em silêncio andando abraçados até que ela perguntou
- Então, quem está grávida na família?
- Fleur. Gui é o pai, óbvio. Eles vão se mudar ainda bem, porque assim Percy para de dormir no meu quarto.
- Fleur? Fleur Delacour que participou do torneio Tribruxo?
- Ela mesma. Não sabia disso?
- Não mesmo. Que engraçado, ouvi dizer que Ronald gostava dela.
- Não, só acha bonita mesmo.
- Ela é.
- Não tanto quanto você.
- Não minta.
- Não estou mentindo.
- Jura? – Ele a beijou.
- Considere como um juramento. – Os dois riram.
- Bem, acho que está na hora de irmos embora, está ficando frio e tarde. – Angelina falou com a cara triste
- Ah não! Não vá embora, está tão bom aqui.
- Bem, por que não me leva na sua casa? – Jorge perdeu a fala
- Na minha casa? Bem.. É, eu.. Bem eu não.. – Angelina riu e pegou no rosto de Jorge
- É brincadeira.
- Não mas eu não teria problema em levar você na minha casa, eu queria, queria muito mas é que..
- Eu sou a ex namorada de Fred?
- Não....... Bem, é.
- Eu entendo. Não tem problema mesmo, ta? Agora é sério, tenho que ir, antes que meu pai me mate. – Eles se beijaram pela última vez e ela foi soltando a mão de Jorge lentamente, saiu andando e finalmente aparatou. Jorge tocou em sua boca, e pensou na tarde que passara ao lado dela. Aparatou até o Beco Diagonal foi na sua loja e lembrou do irmão, pensou consigo mesmo “têm algumas coisas que preciso contar ao meu irmão.” Ele aparatou até Godrics Hollow, sentiu um aperto enorme no coração, ele não queria entrar lá, ele não podia entrar lá.
                         Respirou fundo e foi dando passos curtos, ia passando e vendo vários túmulos “Lílian e Tiago Potter” sentiu pêsames por Harry, nunca havia pensado nisso, mas deveria ser muito ruim não conhecer seus pais, ser criados por trouxas que praticamente o torturavam. “Bellatrix Lestrange” ele riu. Lembrou de como a mãe havia matado a comensal, foi uma cena épica. “Sirius Black” oh Harry, mais um. “Remo e Ninfadora Lupin” cometeram um erro, nunca se deve chamá-la de Ninfadora, ele fez um feitiço riscando o nome “Ninfadora” e colocando Tonks um pouco acima. – Malfeito, feito. – Ele continou andando, quando sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto, o seu coração parar, seu estômago revirar, um frio alucinante, todos os pêlos do seu corpo arrepiados, até os cabelos, o sangue subindo a cabeça. Ele sentou.
- Oi Fredinho. Como você está? Tudo bem? – Ele engoliu seco – Estou aqui pra te contar o que tem acontecido, achei que merecia ficar informado de todas as coisas. Bem, primeiramente Fleur e Gui vão se mudar, ela está grávida, mamãe desmaiou ao saber da notícia, que foi contada por mim, sem querer. – Ele riu – Está meio monótona a família sem você, mas agora Rony se meteu a ser palhaço, mas ele nunca chegará aos nossos pés. Estou sentindo sua falta. Pra caramba! – Jorge chorava muito, ele alisou a lápide do irmão, abraçou-a e deitou ao lado dela. – Estou dividindo meu quarto com Percy, é ruim, porque ele é todo certinho, você sabe. É até engraçado porque metade do quarto é totalmente bagunçada e outra é mais limpa do que sei lá o que. Estou tentando reabrir a Gemialidades, mas isso é muito difícil sem você, sabe? Fico lembrando de como era antes, de como nos divertíamos e tínhamos clientes, com você tudo era melhor. Mas eu espero realmente conseguir, honrar seu nome, nós. – Ele ficou um tempo sem falar – E tem uma coisa que eu quero te contar, é basicamente o motivo de eu estar aqui, porque está doendo muito ficar ao seu lado, e não estar ao mesmo tempo, entende? Bem, eu.. Estou quase namorando Angelina, tudo bem pra você não é? Se você não aprovar eu não faço isso, me dê um sinal ok? – Ele se levantou, jogou flores na lápide – Eu te amo, cara. Até mais.
                                 Jorge chegou em casa, mas preferiu não aparatar pela na porta, aparatou um pouco antes, em frente a um lago que os irmãos costumavam jogar pedras. As memórias iam passando pela cabeça dele, enquanto ele andava, se sentia aliviado por ter contado ao irmão.
                                                                    ooo
- Mãe, cheguei. – Disse Jorge bem na hora do jantar
- Oh, Jorginho, vá rápido se arrumar, vamos fazer um jantar em comemoração do novo membro Weasley, vamos, vamos. – E foi empurrando ele até as escadas, ele parou e ficou olhando, ela colocou uma mão na cintura e com a outra deu-lhe um tapa
- Ande Jorge!
- Está bem, está bem.
                                                                 ooo
                                   Jorge estava entediado, qual era a graça de jantares Weasley sem Fred?
- Então, um brinde aos novos pais, aos novos avós, e aos novos tios! – Disse Kim Shackebolt
- Viva! – Todos falaram
- Está tudo bem, Jorge? – Gui perguntou
- Não, vou para o meu quarto. PERCY DURMA NA SALA HOJE, ESTOU PASSANDO MAL.
- Eca, é melhor mesmo. – Disse Percy. Ele não estava passando mal coisa nenhuma, só queria ficar só, e pensar, dormir, sozinho, por um dia.
                    Todos estavam na sala comendo e bebendo mas Jorge foi para seu quarto.
                     Harry, Rony e Hermione foram lá fora conversar com Hagrid, pois devido ao tamanho, ele não podia entrar na casa e ficava com algumas pessoas do lado de fora.
                      A festa acabara tarde da noite, Jorge não conseguia dormir, tinha tantas coisas na cabeça. Por um momento espionou Harry, Rony e Hermione conversando com Hagrid, depois assistiu Harry e Gina dando uns amassos e finalmente ligou o som e ficou escutando “As Esquisitonas” o que não lhe agradou e ele voltou ao silêncio. Ele queria que a sua família reconhecesse Angelina como sua namorada e não ex de Fred, o problema é que ela não era nem sua namorada ainda, ele não tinha coragem de pedir ela em namoro, tinha medo da resposta.  
                     Jorge acordara aquela noite molhado de suor, ofegando, havia tido um pesadelo, um pesadelo com Fred. Estavam os dois andando na guerra de Hogwarts, pessoas mortas pelo chão, gritaria, feitiços por toda a parte, quando de repente Percy chega e fala com os dois gêmeos, Jorge olha para os lados sem entender o que está acontecendo, quando uma pedra bate no rosto do seu irmão e ele fica em estado de choque, não consegue gritar, não consegue chorar, falar, ou qualquer outra coisa, Molly ao correr esbarra nele e ele apenas continua olhando para o rosto do irmão, a última risada de Fred. O resto de sua família vem chegando e ele continua parado o seu pai o abraça e chora no ombro do filho, apesar da morte do irmão a guerra não para, até que começa o que ele realmente viu acontecer naquela noite, ele deita ao lado do irmão e o abraça, de olhos fechados chora como uma criança seus irmãos o puxam do corpo do irmão, mas é como se ele estivesse colado, alguma coisa o prendia, e não era só amor, é como se ele fosse Fred, como se fosse o irmão fosse uma Horcrux, como as de Voldemort. Ele se levantou rápido, não entendia se aquilo estava realmente acontecendo ou não.
- Sonhos, como na primeira semana. – Ele enxugou o suor da testa – Queria que tivesse sido só mais um sonho, e que você estivesse aqui, na cama ao lado Fredinho.. – Ele se levantou e foi lavar seu rosto, colocar um pijama novo, ainda não era manhã, ninguém da casa estava acordado, e apesar de ter dormido pouco aquela noite, ele não sentia sono algum, pelo contrário não conseguia dormir e ficou deitado, assistiu o nascer do Sol e quando ouviu sua mãe levantando foi para a cozinha ajudar ela nas coisas de casa, no café-da-manhã.
- O que aconteceu? Está acordado a uma hora dessas, me ajudando! – Ela disse
- Sonhos. Com Fred.
- Ainda Jorge? – Ela parou de fazer o que estava fazendo e deu um abraço no filho
- Não, está tudo bem, só que foi horrível sabe? Eu não sei, mas acho que sonhei com a cena da morte dele, mesmo não vendo. Estranho. Ele contou o sonho para a mãe.
- Foi exatamente assim Jorge. Mas você estava lá, você viu tudo, na hora que ele foi acertado, você estava correndo ao seu encontro e quando ele foi acertado você simplesmente parou e ficou olhando, era como se ele sorrisse para você e dissesse que estava tudo bem.
- Mas não estava.
- Talvez. Como sabemos? Nunca morremos.
- Vou perguntar ao Harry.
- Ah não Jorge, não vá encher o garoto com esse tipo de perguntas, está na hora de esquecer ok? Ele derrotou Voldemort e está tudo bem agora, não é?
- É, apenas uma parte de mim foi embora, apenas.
Eu entendo você, ele era meu filho, sabe? Era não, é!
- Eu sei, mas é como se eu tivesse perdido uma parte de mim sabe? – Percy desceu vestido impecável, a sua roupa não tinha nenhum amassado.
- Mãe, meu café está pronto?
- Está sim. – Ela levou seu café até ele que pegou a edição matinal de “O Profeta”
- Vamos ver o que temos aqui. – Ele abriu o jornal – Espera – Fechou o jornal – Você está acordado há uma hora dessas? E não fez nenhuma piadinha com minha roupa! Ainda está passando mal? Está doente, algo do tipo? Parece grave.
- Não estou doente,  mas não quer dizer que eu esteja bem. 
- Hm. – Percy ficou meio sem jeito – Jorge pegou uma maçã e foi para o seu quarto, escreveu uma carta para Angelina:
                                “Eu preciso te ver. Precisamos conversar.”
- Errol, por favor, não me faça passar vergonha, ok? Não bata na janela dela! 


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